quarta-feira, 18 de junho de 2008

CONTINUAS OPINIÕES DE ESTUDIOSOS A CONTROVÉRSIAS

Conclusão


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Continuação do artigo:

Além disso, a alusão em Daniel 12:11 ao “sacrifício diário” e à “abominação desoladora” conecta os 1290 e os 1335 dias não apenas com o conteúdo da visão de Daniel 11 (Dan. 11:31), mas também com as 2300 tardes e manhãs de Daniel 8:14 (ver Dan. 8:13; 9:27). O mesmo poder apóstata que haveria de estabelecer a “abominação desoladora” em lugar do “sacrifício diário” é descrito em Daniel 7 e 8 como o “chifre pequeno”, e em Daniel 11 como o “Rei do Norte”.


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Nossos comentários:

Em Daniel 8:11,13, vemos mencionado o termo “transgressão assoladora”.

Em Daniel 11:31 e 12:11 vemos mencionado o termo “abominação desoladora”.

Seriam os dois termos acima iguais?

Na Bíblia KJV (King James Version), uma fiel tradução dos escritos originais bíblicos, verificamos os termos expostos da seguinte forma:

Daniel 8: transgressão assoladora - transgression / desolation

Daniel 11 e 12: abominação desoladora – abomination / desolation

Vamos agora colocar apenas o comparativo das palavras em português com a palavra inglesa “desolation”, apresentada na Bíblia King James Version:

assoladora = desolation

desoladora = desolation = assoladora = desoladora

Por este raciocínio podemos entender a palavra “assoladora” como se referindo ao mesmo de “desoladora”. Vamos então re-escrever as duas expressões encontradas nos capítulos 8, 11 e 12 de Daniel substituindo os termos que já entendemos:

Daniel 8: transgressão assoladora – transgressão desoladora

Daniel 11 e 12: abominação desoladora – abominação desoladora

Mas o que dizer das palavras “transgressão” e “abominação”, que compõem os dois trechos?

Segundo o dicionário, o significado de cada um dos termos é:

abominação = algo destestável, abominável;

transgressão = transpor os limites estabelecidos (lei de Deus), exceder, pecar.

Está claro que, pela análise do mero significado das palavras elas não se referem à mesma coisa. Portanto, não vemos nestas duas expressões um claro ponto de conexão entre as profecias bíblicas das 2300 tardes e manhãs com as profecias dos 1290 e dos 1335 dias. Em outras palavras, o raciocínio apresentado no artigo não se confirma através de seu argumento.


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Continuação do artigo:

Portanto, a tentativa de interpretar alguns períodos proféticos de Daniel (70, semanas, 2300 tardes e manhãs) como dias que simbolizam anos, e outros (1290 dias, 1335 dias) como meros dias literais, é totalmente incoerente com o paralelismo profético-literário do livro de Daniel.


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Nossos comentários:

Uma vez que esclarecemos, através do nosso penúltimo comentário deste apêndice que o paralelismo profético-literário do livro de Daniel não pode ser utilizado para defender os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel como sendo dias-ano, e que a sua aplicação (deste paralelismo) fere os princípios de interpretação profética dados por Ellen G. White, verificamos que a afirmação do artigo é infundada, pois vai de encontro às orientações do testemunho inspirado. Não resiste à prova bíblica: “A Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!”


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Continuação do artigo:

3. A teoria apóia-se em uma interpretação não bíblica do termo hebraico tamid

A teoria de que tanto os 1290 dias quanto os 1335 dias iniciam com o futuro decreto dominical é baseada na suposição de que, em Daniel 12:11, as expressões “sacrifício diário” e “abominação desoladora” significam respectivamente o sábado e o domingo. Mas também esta suposição carece e fundamento escriturístico.

A expressão “sacrifício diário” é a tradução do termo hebraico tamid, que significa “diário” ou “contínuo”, ao qual foi acrescentada a palavra “sacrifício”, não encontrada no texto original de Daniel 8:13 e 12:11. A palavra tamid é usada nas Escrituras em relação não apenas com o sacrifício diário do santuário terrestre (ver Êx. 25:30; 27:20; 28:29 e 38; 30:8; I Crôn. 16:6). No livro de Daniel, o termo se refere, obviamente, ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial (Dan. 8:9-14). Já a expressão “transgressão assoladora” ou “abominação desoladora” subentende o amplo sistema de contrafação a esse ministério, construído sobre as teorias anti-bíblicas da imortalidade natural da alma, da mediação dos santos, do confessionário, do sacrifício da missa, etc.


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Nossos comentários:

Se a palavra hebraica tamid está relacionada com aspectos da ministração contínua no santuário, conforme é exposto no artigo, a afirmação de que “transgressão assoladora” subentende o amplo sistema de contrafação ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo, vai contra o que nós mesmos, Adventistas do Sétimo Dia, temos ensinado sobre a profecia das 2300 tardes e manhãs.

No estudo Revelações de Apocalipse Manual do Professor, pág. 84, utilizado para ensinar as doutrinas adventistas, encontramos a seguinte citação:

“Esta morte redentora que estabeleceria “firme aliança com muitos”, e que acabaria com os sacrifícios que eram símbolos do sacrifício de Jesus, ocorreria na metade da semana de anos.”(Revelações de Apocalipse Manual do Professor, Pág. 84)

Em Daniel 8 nos é revelado que a morte de Cristo faria cessar o tamid, por causa das transgressões. Esta expressão nos leva a entender, sem muita dificuldade, que o contínuo, ou tamid, foi entregue por causa das transgressões, dos israelitas, que culminaram com a crucifixão de Jesus e o martírio de Estevão. A menos que possamos provar ser as transgressões dos israelitas um amplo sistema de contrafação ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo, a afirmação do artigo não fará sentido.

Em Daniel 11, está escrito que as forças do “homem vil” tirarão o contínuo (tamid) e estabelecerão a “abominação desoladora”. Neste caso, o contínuo (tamid) não é entregue por causa das transgressões, ele simplesmente é tirado, para então ser estabelecida a “abominação desoladora”. Verificamos claramente que os acontecimentos descritos no capítulos 8 de Daniel quanto à “transgressão assoladora” e no capítulo 12 de Daniel quanto ao estabelecimento da “abominação desoladora” são diferentes.

Vemos também que Daniel 8 estabelece uma condição passiva. Expliquemos melhor:

O “contínuo” é tirado por causa das “transgressões”. As transgressões são a causa, e não vem em substituição ao contínuo. O contínuo é tirado por mãos divinas, ao ser rasgado ao meio o véu do templo de Israel (tipo do celestial).

Já em Daniel 11, é estabelecida uma condição ativa. Expliquemos:

Saem forças do homem vil que tiram o “contínuo”, estabelecendo a “abominação desoladora”. O contínuo é tirado por mãos humanas. Neste caso, pela análise simples, achamos pouco provável que o termo “contínuo” ou tamid, refira-se neste caso tanto ao santuário terrestre (que não mais existia, nem no contexto da interpretação historicista) quanto ao santuário celestial. Entendemos que o termo tamid, neste caso, deva ser estudado mais a fundo.

Face ao raciocínio exposto acima, achamos que é mais difícil pensar que os textos descritos em Daniel 8 e Daniel 11 e 12 referem-se a acontecimentos diferentes do que se referindo ao mesmo acontecimento.


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Continuação do artigo:

Não podemos concordar com a teoria de que em Daniel 12 o “diário” representa simplesmente o sábado, e a “abominação desoladora”, o domingo. Para crermos dessa maneira, teríamos que esvaziar expressões de amplo significado que lhes é atribuído tanto pelo próprio contexto bíblico no qual aparecem, como também pelo consenso geral das Escrituras.


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Nossos comentários:

Realmente, cremos que não podemos simplesmente concordar que em Daniel 12 o “diário” representa o sábado, e a “abominação desoladora”, o Domingo. Para chegarmos a conclusões como estas, devemos prová-las por um claro “Assim diz o Senhor” manifesto através das escrituras sagradas ou do testemunho inspirado. Entretanto, não podemos simplesmente concordar com a afirmação da segunda frase do texto do artigo apresentado acima, uma vez que uma afirmação como esta deve ter um embasamento capaz de subsistir à prova das escrituras e do testemunho inspirado, o que não nos parece estar acontecendo.


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Continuação do artigo:

4. A teoria reflete a interpretação jesuíta futurista da Contra-Reforma católica

Os defensores da interpretação literal-futurista dos 1290 e 1335 dias alegam que sua posição é genuinamente adventista e plenamente sancionada pelos escritos de Ellen G. White. No entanto, se analisarmos mais detidamente o assunto à luz da História, perceberemos que essa teoria rejeita o historicismo e o princípio dia-ano da tradição protestante, para se alinhar abertamente com o futurismo literalista da Contra-Reforma católica.


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Nossos comentários:

Propositadamente, escrevemos em negrito este trecho comentado pelo artigo: “Essa teoria rejeita o historicismo e o princípio dia-ano da tradição protestante.”

Por uma simples análise da história, podemos afirmar com segurança que uma expressão como esta nunca deve ser usada para apoiar um ponto de vista religioso. Jesus, os apóstolos, os reformadores e todos os cristãos que compuseram do fio de ouro da doutrina pura de Deus durante a história terrestre foram acusados de rejeitar o historicismo e as tradições de suas épocas. E, como sabemos, os cristãos em todas as eras, apesar de representarem as minorias, estavam certos, e possuíam a aprovação de Deus para seus pontos de vista das escrituras e suas corajosas atitudes em defesa da verdade.


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Continuação do artigo:

Os reformadores protestantes do séculos 16 identificavam o “chifre pequeno” com o papado, do qual se originaria a “abominação desoladora” de que fala Daniel. (13) Foi para inocentar o papado que o cardeal italiano Roberto Bellarmino (1542-1621), o mais capaz e renomado de todos os polemistas jesuítas, sugeriu que o “chifre pequeno” era uma mero rei e que os 1260, 1290 e 1335 dias eram apenas dias literais a se cumprirem somente no período que antecederia o fim do mundo. (14) Dessa forma, o papado contemporâneo não poderia mais ser identificado como o “chifre pequeno” ou “Rei do Norte” e, conseqüentemente, não mais poderia ser responsabilizado pela “transgressão assoladora” ou “abominação desoladora”.


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Nossos comentários:

Independentemente dos acontecimentos históricos da época, sabemos que as profecias estavam fechadas à compreensão por Deus até o tempo do fim, tempo esse que na ocasião ainda não havia se iniciado. Portanto, é errado afirmar que os protestantes daquela época possuíam a compreensão dos 1290 ou 1335 dias de Daniel pois fere a Bíblia, (conforme já mencionamos no primeiro comentário tecido sobre este artigo, no início do apêndice), assim como afirmar que o cardeal Bellarmino possuía esta revelação.

Em nossa opinião, o fato de a suposição realizada pelo eclesiástico católico (que os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel 12) coincidir com as interpretações contemporâneas atuais pode não ser nada mais que mera coincidência. Uma vez que o relato apresentado acima não apresenta qualquer embasamento bíblico ou pelo testemunho inspirado que comprometa uma interpretação contemporânea (simplesmente histórico), não podemos tomá-lo como base afim de assumir qualquer posição quanto ao assunto em questão. Portanto entendemos que, do comentário apresentado nesta parte do artigo, não podemos extrair uma opinião conclusiva sobre os fatos apresentados.


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Continuação do artigo:

Muitos dos defensores contemporâneos da interpretação futurista dos 1290 e 1335 dias desconhecem o comprometimento dessa teoria com o futurismo da Contra-Reforma católica. Mas, mesmo assim, tais indivíduos deveriam pelo menos reconhecer que “essas propostas futuristas repousam essencialmente, sobre uma compreensão errônea dos padrões de pensamento da poesia hebraica”, e que elas representam uma leitura do idioma hebraico através de óculos ocidentais”.(15)


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Nossos comentários:

Face aos argumentos apresentados em nosso comentário anterior, afirmamos mais uma vez que os argumentos acima expostos não nos podem levar a nenhuma opinião conclusiva. Nenhum dos argumentos expostos acima está baseado em um “Assim diz o Senhor”. Pelo contrário, a expressão do texto acima que está negritada demonstra indícios de farisaísmo, assim como o existente nos dias de Jesus.


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Continuação do artigo:

5. A teoria menospreza as advertências de Ellen G. White contra a tentativa de se estender o cumprimento de qualquer profecia de tempo para além de 1844

Se essa teoria fosse correta, bastaria ser promulgado o decreto dominical, e já saberíamos por antecipação quando a porta da graça se fecharia e quando ocorreria a segunda vinda de Cristo. Essa é, por conseguinte, mais uma forma sutil e capciosa de se estabelecer datas para os eventos finais. Por mais originais e criativas que possam parecer, essas tentativas não passam de propostas especulativas, que desconhecem ou menosprezam, em nome de Ellen White, as suas próprias advertências sobre o assunto.


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Nossos comentários:

Se todas as teorias contemporâneas estabelecessem datas para os acontecimento citados pelo Dr. Timm, as afirmações do artigo estariam cobertas de razão. Entretanto, analisando um pouco as teorias contemporâneas (ou futuristas), verificamos que estas associam em geral o cumprimento dos 1290 dias e 1335 dias à destruição do poder papal e ao anúncio do dia a da hora da vinda de Cristo. Estas conclusões não ferem nenhum dos escritos de Ellen G. White referentes à marcação de tempos e datas, comentados na seqüência do artigo que estamos analisando.


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Continuação do artigo:

Já em 1805, ela escreveu: “O Senhor me mostrou que o tempo não tem sido um teste desde 1844, e que o tempo nunca mais será um teste.”(16)


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Nossos comentários:

Sabemos que em 1844 o tempo foi um teste, pois a grande decepção provou e revelou verdadeiro caráter de muitos. Elen G. White confirma claramente esta afirmação em Primeiros Escritos, Pág. 236, informando que a grande decepção de 1844 foi um teste, e não haveria mais teste semelhante. Entendemos que a expressão “o tempo não será mais um teste”, refere-se à definição de um novo tempo determinado para a vinda de Cristo.


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Continuação do artigo

Posteriormente, acrescentou que “nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo”. “O Senhor mostrou-me que a mensagem deve ir, e que não deve depender de tempo; pois tempo não será nunca mais uma prova."


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Nossos comentários:

O texto de Ellen White apresentado neste artigo foi extraído do livro Mensagens Escolhidas, Volume 1, pág. 188. Transcrevemos o texto original abaixo, afim de o analisarmos mais profundamente:

“Progredíssemos nós em conhecimento espiritual, e veríamos a verdade se desenvolvendo e expandindo em sentidos com que mal temos sonhado, porém ela jamais se desenvolverá em quaisquer direções que nos levem a imaginar que podemos saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu por Seu próprio poder. Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo.”(Mensagens Escolhidas, Volume 1, Pág. 188)

Ao analisarmos o contexto no qual o texto apresentado pelo artigo está inserido, verificamos claramente que a “mensagem baseada em tempo” mencionada na penúltima frase do texto de Ellen G. White, refere-se ao tempo “para o derramamento do Espírito Santo” (chuva serôdia) e ao tempo “para a vinda de Cristo” (segunda vinda). Portanto esta declaração de Ellen G. White não se opõe às interpretações contemporâneas sobre os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel, uma vez que elas não possuam a pretensão de estabelecer tempo para a queda da chuva serôdia ou para a Segunda vinda de Cristo.


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Continuação do artigo:

Deus não nos revelou o tempo em que esta mensagem será concluída, ou quando terá fim o tempo da graça.”(17) Somente depois do fechamento da porta da graça, e pouco antes da segunda vinda, é que Deus há de declarar aos salvos “o dia e a hora da vinda de Jesus”.(18)


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Nossos comentários:

Estas afirmações não apenas não ferem às teorias contemporâneas, como vão de encontro às suas conclusões, pois elas também sugerem esta mesma ordem de acontecimentos e não têm a pretensão de estabelecer o tempo do fechamento da porta da graça. Vemos também que Ellen G. White não escreveu: “Deus não nos revelará”, mas sim, “Deus não nos revelou.. quando terá o fim o tempo da graça.” Portanto, não podemos inclusive afirmar categoricamente que isto não será revelado no presente ou no futuro.


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Continuação do artigo:

Comentando a expressão “que não haveria mais tempo” (Apoc. 10:6, KJV), em 1900, a Sra. White declarou: “Esse tempo, que o anjo declara com um solene juramento, não é o fim da história deste mundo, nem o tempo de graça, mas o tempo profético, que precederia o advento de nosso Senhor. Ou seja, o povo não terá uma outra mensagem a respeito de um tempo definido. Após este período de tempo, que se estender de 1842 a 1844, não pode haver qualquer cálculo definido de tempo profético.”


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Nossos comentários:

Negritamos, propositadamente, a expressão apresentada por duas vezes no texto escrito por Ellen White. Ela fala claramente: “tempo profético”. Tempo profético é entendido como regido pelo princípio dia-ano. Nada diz ali de tempo literal. Devemos estar atentos para este fato.

Entendemos que não devemos continuar a tecer comentários a respeito do restante do artigo, uma vez que a sequência do artigo apresenta apenas conclusões de seu autor baseados nos fatos por ele anteriormente apresentados. Mas podemos nos utilizar de uma frase conclusiva contida ao final do mesmo como advertência a todos os estudiosos, adeptos das teorias historicista e contemporânea:

“Os atalaias do povo de Deus jamais deveriam permitir que as conjecturas e as especulações humanas os impeçam de dar à trombeta o sonido certo (Eze. 33:1-9; I Cor. 14:8).”

Apenas para demonstar fidedignidade na apresentação, colocamos a seqüência do estudo apresentado pelo Dr. Timm.


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Continuação do artigo:

Sendo esse o caso, porque então continuar insistindo em reaplicar os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel 12 para o futuro? Cabe somente a Deus julgar o grau de sinceridade daqueles que assim o fazem, mas uma coisa é certa: A “fé em uma mentira não terá influência santificadora sobre a vida ou o caráter. Nenhum erro é verdade, nem pode tornar0se verdade pela repetição, ou pela fé nele. ...Posso ser perfeitamente sincera em seguir um caminho errado, mas isso não torna o cominho certo, nem me levará ao lugar que eu desejava chegar”.(20)

Protegidos do engano

É evidente, portanto, que a teoria de um cumprimento futuro dos 1290 e 1335 dias baseia-se numa leitura parcial e tendenciosa dos escritos de Ellen White, quebra o paralelismo profético-literário do livro de Daniel, apóia-se em uma interpretação bíblica do termo hebraico tamid, reflete a interpretação jesuíta futurista da Contra-Reforma católica, e menospreza as inspiradas advertências contra a tentativa de se estender o cumprimento de qualquer profecia de tempo para além de 1844.

Numa época em que os vendavais de falsas doutrinas estarão soprando co forte intensidade (Efés. 4:14), “para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mat. 24:24), só estaremos seguros se alicerçados sobre a clara e inamovível Palavra de Deus. Toda “nova luz”, para ser verdadeira, deve estar em perfeita harmonia com o consenso geral das Escrituras e dos escritos inspirados de Ellen White.(21) Os atalaias do povo de Deus jamais deveriam permitir que as conjecturas e as especulações humanas os impeçam de dar à trombeta o sonido certo (Eze. 33:1-9; I Cor. 14:8).


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Leia também:

Também Discordo do Prof. Alberto Ronald Timm - Parte 1
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CONTINUAS OPINIÕES DE ESTUDIOSOS A CONTROVÉRSIAS

Conclusão


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Continuação do artigo:

Além disso, a alusão em Daniel 12:11 ao “sacrifício diário” e à “abominação desoladora” conecta os 1290 e os 1335 dias não apenas com o conteúdo da visão de Daniel 11 (Dan. 11:31), mas também com as 2300 tardes e manhãs de Daniel 8:14 (ver Dan. 8:13; 9:27). O mesmo poder apóstata que haveria de estabelecer a “abominação desoladora” em lugar do “sacrifício diário” é descrito em Daniel 7 e 8 como o “chifre pequeno”, e em Daniel 11 como o “Rei do Norte”.


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Nossos comentários:

Em Daniel 8:11,13, vemos mencionado o termo “transgressão assoladora”.

Em Daniel 11:31 e 12:11 vemos mencionado o termo “abominação desoladora”.

Seriam os dois termos acima iguais?

Na Bíblia KJV (King James Version), uma fiel tradução dos escritos originais bíblicos, verificamos os termos expostos da seguinte forma:

Daniel 8: transgressão assoladora - transgression / desolation

Daniel 11 e 12: abominação desoladora – abomination / desolation

Vamos agora colocar apenas o comparativo das palavras em português com a palavra inglesa “desolation”, apresentada na Bíblia King James Version:

assoladora = desolation

desoladora = desolation = assoladora = desoladora

Por este raciocínio podemos entender a palavra “assoladora” como se referindo ao mesmo de “desoladora”. Vamos então re-escrever as duas expressões encontradas nos capítulos 8, 11 e 12 de Daniel substituindo os termos que já entendemos:

Daniel 8: transgressão assoladora – transgressão desoladora

Daniel 11 e 12: abominação desoladora – abominação desoladora

Mas o que dizer das palavras “transgressão” e “abominação”, que compõem os dois trechos?

Segundo o dicionário, o significado de cada um dos termos é:

abominação = algo destestável, abominável;

transgressão = transpor os limites estabelecidos (lei de Deus), exceder, pecar.

Está claro que, pela análise do mero significado das palavras elas não se referem à mesma coisa. Portanto, não vemos nestas duas expressões um claro ponto de conexão entre as profecias bíblicas das 2300 tardes e manhãs com as profecias dos 1290 e dos 1335 dias. Em outras palavras, o raciocínio apresentado no artigo não se confirma através de seu argumento.


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Continuação do artigo:

Portanto, a tentativa de interpretar alguns períodos proféticos de Daniel (70, semanas, 2300 tardes e manhãs) como dias que simbolizam anos, e outros (1290 dias, 1335 dias) como meros dias literais, é totalmente incoerente com o paralelismo profético-literário do livro de Daniel.


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Nossos comentários:

Uma vez que esclarecemos, através do nosso penúltimo comentário deste apêndice que o paralelismo profético-literário do livro de Daniel não pode ser utilizado para defender os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel como sendo dias-ano, e que a sua aplicação (deste paralelismo) fere os princípios de interpretação profética dados por Ellen G. White, verificamos que a afirmação do artigo é infundada, pois vai de encontro às orientações do testemunho inspirado. Não resiste à prova bíblica: “A Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!”


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Continuação do artigo:

3. A teoria apóia-se em uma interpretação não bíblica do termo hebraico tamid

A teoria de que tanto os 1290 dias quanto os 1335 dias iniciam com o futuro decreto dominical é baseada na suposição de que, em Daniel 12:11, as expressões “sacrifício diário” e “abominação desoladora” significam respectivamente o sábado e o domingo. Mas também esta suposição carece e fundamento escriturístico.

A expressão “sacrifício diário” é a tradução do termo hebraico tamid, que significa “diário” ou “contínuo”, ao qual foi acrescentada a palavra “sacrifício”, não encontrada no texto original de Daniel 8:13 e 12:11. A palavra tamid é usada nas Escrituras em relação não apenas com o sacrifício diário do santuário terrestre (ver Êx. 25:30; 27:20; 28:29 e 38; 30:8; I Crôn. 16:6). No livro de Daniel, o termo se refere, obviamente, ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial (Dan. 8:9-14). Já a expressão “transgressão assoladora” ou “abominação desoladora” subentende o amplo sistema de contrafação a esse ministério, construído sobre as teorias anti-bíblicas da imortalidade natural da alma, da mediação dos santos, do confessionário, do sacrifício da missa, etc.


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Nossos comentários:

Se a palavra hebraica tamid está relacionada com aspectos da ministração contínua no santuário, conforme é exposto no artigo, a afirmação de que “transgressão assoladora” subentende o amplo sistema de contrafação ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo, vai contra o que nós mesmos, Adventistas do Sétimo Dia, temos ensinado sobre a profecia das 2300 tardes e manhãs.

No estudo Revelações de Apocalipse Manual do Professor, pág. 84, utilizado para ensinar as doutrinas adventistas, encontramos a seguinte citação:

“Esta morte redentora que estabeleceria “firme aliança com muitos”, e que acabaria com os sacrifícios que eram símbolos do sacrifício de Jesus, ocorreria na metade da semana de anos.”(Revelações de Apocalipse Manual do Professor, Pág. 84)

Em Daniel 8 nos é revelado que a morte de Cristo faria cessar o tamid, por causa das transgressões. Esta expressão nos leva a entender, sem muita dificuldade, que o contínuo, ou tamid, foi entregue por causa das transgressões, dos israelitas, que culminaram com a crucifixão de Jesus e o martírio de Estevão. A menos que possamos provar ser as transgressões dos israelitas um amplo sistema de contrafação ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo, a afirmação do artigo não fará sentido.

Em Daniel 11, está escrito que as forças do “homem vil” tirarão o contínuo (tamid) e estabelecerão a “abominação desoladora”. Neste caso, o contínuo (tamid) não é entregue por causa das transgressões, ele simplesmente é tirado, para então ser estabelecida a “abominação desoladora”. Verificamos claramente que os acontecimentos descritos no capítulos 8 de Daniel quanto à “transgressão assoladora” e no capítulo 12 de Daniel quanto ao estabelecimento da “abominação desoladora” são diferentes.

Vemos também que Daniel 8 estabelece uma condição passiva. Expliquemos melhor:

O “contínuo” é tirado por causa das “transgressões”. As transgressões são a causa, e não vem em substituição ao contínuo. O contínuo é tirado por mãos divinas, ao ser rasgado ao meio o véu do templo de Israel (tipo do celestial).

Já em Daniel 11, é estabelecida uma condição ativa. Expliquemos:

Saem forças do homem vil que tiram o “contínuo”, estabelecendo a “abominação desoladora”. O contínuo é tirado por mãos humanas. Neste caso, pela análise simples, achamos pouco provável que o termo “contínuo” ou tamid, refira-se neste caso tanto ao santuário terrestre (que não mais existia, nem no contexto da interpretação historicista) quanto ao santuário celestial. Entendemos que o termo tamid, neste caso, deva ser estudado mais a fundo.

Face ao raciocínio exposto acima, achamos que é mais difícil pensar que os textos descritos em Daniel 8 e Daniel 11 e 12 referem-se a acontecimentos diferentes do que se referindo ao mesmo acontecimento.


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Continuação do artigo:

Não podemos concordar com a teoria de que em Daniel 12 o “diário” representa simplesmente o sábado, e a “abominação desoladora”, o domingo. Para crermos dessa maneira, teríamos que esvaziar expressões de amplo significado que lhes é atribuído tanto pelo próprio contexto bíblico no qual aparecem, como também pelo consenso geral das Escrituras.


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Nossos comentários:

Realmente, cremos que não podemos simplesmente concordar que em Daniel 12 o “diário” representa o sábado, e a “abominação desoladora”, o Domingo. Para chegarmos a conclusões como estas, devemos prová-las por um claro “Assim diz o Senhor” manifesto através das escrituras sagradas ou do testemunho inspirado. Entretanto, não podemos simplesmente concordar com a afirmação da segunda frase do texto do artigo apresentado acima, uma vez que uma afirmação como esta deve ter um embasamento capaz de subsistir à prova das escrituras e do testemunho inspirado, o que não nos parece estar acontecendo.


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Continuação do artigo:

4. A teoria reflete a interpretação jesuíta futurista da Contra-Reforma católica

Os defensores da interpretação literal-futurista dos 1290 e 1335 dias alegam que sua posição é genuinamente adventista e plenamente sancionada pelos escritos de Ellen G. White. No entanto, se analisarmos mais detidamente o assunto à luz da História, perceberemos que essa teoria rejeita o historicismo e o princípio dia-ano da tradição protestante, para se alinhar abertamente com o futurismo literalista da Contra-Reforma católica.


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Nossos comentários:

Propositadamente, escrevemos em negrito este trecho comentado pelo artigo: “Essa teoria rejeita o historicismo e o princípio dia-ano da tradição protestante.”

Por uma simples análise da história, podemos afirmar com segurança que uma expressão como esta nunca deve ser usada para apoiar um ponto de vista religioso. Jesus, os apóstolos, os reformadores e todos os cristãos que compuseram do fio de ouro da doutrina pura de Deus durante a história terrestre foram acusados de rejeitar o historicismo e as tradições de suas épocas. E, como sabemos, os cristãos em todas as eras, apesar de representarem as minorias, estavam certos, e possuíam a aprovação de Deus para seus pontos de vista das escrituras e suas corajosas atitudes em defesa da verdade.


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Continuação do artigo:

Os reformadores protestantes do séculos 16 identificavam o “chifre pequeno” com o papado, do qual se originaria a “abominação desoladora” de que fala Daniel. (13) Foi para inocentar o papado que o cardeal italiano Roberto Bellarmino (1542-1621), o mais capaz e renomado de todos os polemistas jesuítas, sugeriu que o “chifre pequeno” era uma mero rei e que os 1260, 1290 e 1335 dias eram apenas dias literais a se cumprirem somente no período que antecederia o fim do mundo. (14) Dessa forma, o papado contemporâneo não poderia mais ser identificado como o “chifre pequeno” ou “Rei do Norte” e, conseqüentemente, não mais poderia ser responsabilizado pela “transgressão assoladora” ou “abominação desoladora”.


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Nossos comentários:

Independentemente dos acontecimentos históricos da época, sabemos que as profecias estavam fechadas à compreensão por Deus até o tempo do fim, tempo esse que na ocasião ainda não havia se iniciado. Portanto, é errado afirmar que os protestantes daquela época possuíam a compreensão dos 1290 ou 1335 dias de Daniel pois fere a Bíblia, (conforme já mencionamos no primeiro comentário tecido sobre este artigo, no início do apêndice), assim como afirmar que o cardeal Bellarmino possuía esta revelação.

Em nossa opinião, o fato de a suposição realizada pelo eclesiástico católico (que os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel 12) coincidir com as interpretações contemporâneas atuais pode não ser nada mais que mera coincidência. Uma vez que o relato apresentado acima não apresenta qualquer embasamento bíblico ou pelo testemunho inspirado que comprometa uma interpretação contemporânea (simplesmente histórico), não podemos tomá-lo como base afim de assumir qualquer posição quanto ao assunto em questão. Portanto entendemos que, do comentário apresentado nesta parte do artigo, não podemos extrair uma opinião conclusiva sobre os fatos apresentados.


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Continuação do artigo:

Muitos dos defensores contemporâneos da interpretação futurista dos 1290 e 1335 dias desconhecem o comprometimento dessa teoria com o futurismo da Contra-Reforma católica. Mas, mesmo assim, tais indivíduos deveriam pelo menos reconhecer que “essas propostas futuristas repousam essencialmente, sobre uma compreensão errônea dos padrões de pensamento da poesia hebraica”, e que elas representam uma leitura do idioma hebraico através de óculos ocidentais”.(15)


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Nossos comentários:

Face aos argumentos apresentados em nosso comentário anterior, afirmamos mais uma vez que os argumentos acima expostos não nos podem levar a nenhuma opinião conclusiva. Nenhum dos argumentos expostos acima está baseado em um “Assim diz o Senhor”. Pelo contrário, a expressão do texto acima que está negritada demonstra indícios de farisaísmo, assim como o existente nos dias de Jesus.


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Continuação do artigo:

5. A teoria menospreza as advertências de Ellen G. White contra a tentativa de se estender o cumprimento de qualquer profecia de tempo para além de 1844

Se essa teoria fosse correta, bastaria ser promulgado o decreto dominical, e já saberíamos por antecipação quando a porta da graça se fecharia e quando ocorreria a segunda vinda de Cristo. Essa é, por conseguinte, mais uma forma sutil e capciosa de se estabelecer datas para os eventos finais. Por mais originais e criativas que possam parecer, essas tentativas não passam de propostas especulativas, que desconhecem ou menosprezam, em nome de Ellen White, as suas próprias advertências sobre o assunto.


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Nossos comentários:

Se todas as teorias contemporâneas estabelecessem datas para os acontecimento citados pelo Dr. Timm, as afirmações do artigo estariam cobertas de razão. Entretanto, analisando um pouco as teorias contemporâneas (ou futuristas), verificamos que estas associam em geral o cumprimento dos 1290 dias e 1335 dias à destruição do poder papal e ao anúncio do dia a da hora da vinda de Cristo. Estas conclusões não ferem nenhum dos escritos de Ellen G. White referentes à marcação de tempos e datas, comentados na seqüência do artigo que estamos analisando.


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Continuação do artigo:

Já em 1805, ela escreveu: “O Senhor me mostrou que o tempo não tem sido um teste desde 1844, e que o tempo nunca mais será um teste.”(16)


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Nossos comentários:

Sabemos que em 1844 o tempo foi um teste, pois a grande decepção provou e revelou verdadeiro caráter de muitos. Elen G. White confirma claramente esta afirmação em Primeiros Escritos, Pág. 236, informando que a grande decepção de 1844 foi um teste, e não haveria mais teste semelhante. Entendemos que a expressão “o tempo não será mais um teste”, refere-se à definição de um novo tempo determinado para a vinda de Cristo.


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Continuação do artigo

Posteriormente, acrescentou que “nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo”. “O Senhor mostrou-me que a mensagem deve ir, e que não deve depender de tempo; pois tempo não será nunca mais uma prova."


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Nossos comentários:

O texto de Ellen White apresentado neste artigo foi extraído do livro Mensagens Escolhidas, Volume 1, pág. 188. Transcrevemos o texto original abaixo, afim de o analisarmos mais profundamente:

“Progredíssemos nós em conhecimento espiritual, e veríamos a verdade se desenvolvendo e expandindo em sentidos com que mal temos sonhado, porém ela jamais se desenvolverá em quaisquer direções que nos levem a imaginar que podemos saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu por Seu próprio poder. Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo.”(Mensagens Escolhidas, Volume 1, Pág. 188)

Ao analisarmos o contexto no qual o texto apresentado pelo artigo está inserido, verificamos claramente que a “mensagem baseada em tempo” mencionada na penúltima frase do texto de Ellen G. White, refere-se ao tempo “para o derramamento do Espírito Santo” (chuva serôdia) e ao tempo “para a vinda de Cristo” (segunda vinda). Portanto esta declaração de Ellen G. White não se opõe às interpretações contemporâneas sobre os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel, uma vez que elas não possuam a pretensão de estabelecer tempo para a queda da chuva serôdia ou para a Segunda vinda de Cristo.


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Continuação do artigo:

Deus não nos revelou o tempo em que esta mensagem será concluída, ou quando terá fim o tempo da graça.”(17) Somente depois do fechamento da porta da graça, e pouco antes da segunda vinda, é que Deus há de declarar aos salvos “o dia e a hora da vinda de Jesus”.(18)


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Nossos comentários:

Estas afirmações não apenas não ferem às teorias contemporâneas, como vão de encontro às suas conclusões, pois elas também sugerem esta mesma ordem de acontecimentos e não têm a pretensão de estabelecer o tempo do fechamento da porta da graça. Vemos também que Ellen G. White não escreveu: “Deus não nos revelará”, mas sim, “Deus não nos revelou.. quando terá o fim o tempo da graça.” Portanto, não podemos inclusive afirmar categoricamente que isto não será revelado no presente ou no futuro.


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Continuação do artigo:

Comentando a expressão “que não haveria mais tempo” (Apoc. 10:6, KJV), em 1900, a Sra. White declarou: “Esse tempo, que o anjo declara com um solene juramento, não é o fim da história deste mundo, nem o tempo de graça, mas o tempo profético, que precederia o advento de nosso Senhor. Ou seja, o povo não terá uma outra mensagem a respeito de um tempo definido. Após este período de tempo, que se estender de 1842 a 1844, não pode haver qualquer cálculo definido de tempo profético.”


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Nossos comentários:

Negritamos, propositadamente, a expressão apresentada por duas vezes no texto escrito por Ellen White. Ela fala claramente: “tempo profético”. Tempo profético é entendido como regido pelo princípio dia-ano. Nada diz ali de tempo literal. Devemos estar atentos para este fato.

Entendemos que não devemos continuar a tecer comentários a respeito do restante do artigo, uma vez que a sequência do artigo apresenta apenas conclusões de seu autor baseados nos fatos por ele anteriormente apresentados. Mas podemos nos utilizar de uma frase conclusiva contida ao final do mesmo como advertência a todos os estudiosos, adeptos das teorias historicista e contemporânea:

“Os atalaias do povo de Deus jamais deveriam permitir que as conjecturas e as especulações humanas os impeçam de dar à trombeta o sonido certo (Eze. 33:1-9; I Cor. 14:8).”

Apenas para demonstar fidedignidade na apresentação, colocamos a seqüência do estudo apresentado pelo Dr. Timm.


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Continuação do artigo:

Sendo esse o caso, porque então continuar insistindo em reaplicar os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel 12 para o futuro? Cabe somente a Deus julgar o grau de sinceridade daqueles que assim o fazem, mas uma coisa é certa: A “fé em uma mentira não terá influência santificadora sobre a vida ou o caráter. Nenhum erro é verdade, nem pode tornar0se verdade pela repetição, ou pela fé nele. ...Posso ser perfeitamente sincera em seguir um caminho errado, mas isso não torna o cominho certo, nem me levará ao lugar que eu desejava chegar”.(20)

Protegidos do engano

É evidente, portanto, que a teoria de um cumprimento futuro dos 1290 e 1335 dias baseia-se numa leitura parcial e tendenciosa dos escritos de Ellen White, quebra o paralelismo profético-literário do livro de Daniel, apóia-se em uma interpretação bíblica do termo hebraico tamid, reflete a interpretação jesuíta futurista da Contra-Reforma católica, e menospreza as inspiradas advertências contra a tentativa de se estender o cumprimento de qualquer profecia de tempo para além de 1844.

Numa época em que os vendavais de falsas doutrinas estarão soprando co forte intensidade (Efés. 4:14), “para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mat. 24:24), só estaremos seguros se alicerçados sobre a clara e inamovível Palavra de Deus. Toda “nova luz”, para ser verdadeira, deve estar em perfeita harmonia com o consenso geral das Escrituras e dos escritos inspirados de Ellen White.(21) Os atalaias do povo de Deus jamais deveriam permitir que as conjecturas e as especulações humanas os impeçam de dar à trombeta o sonido certo (Eze. 33:1-9; I Cor. 14:8).


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Leia também:

Também Discordo do Prof. Alberto Ronald Timm - Parte 1
[Retornar]

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com

MUITOS DESCORDAM

VEJAM Parte 1

Prezados Srs.,

Com o objetivo de manter aberta a porta para o estudo contemporâneo das profecias dentro da Igreja Adventista e de sua divulgação, foi elaborado um comentário sobre um artigo publicado pelo Dr. Timm, estudioso teólogo adventista, que defende a interpretação historicista (segundo o princípio dia-ano) dos 1290 e 1335 dias de Daniel 12. O objetivo não é de forma alguma causar dissensão entre os irmãos, mas manter aberta a porta para que fomentemos o estudo das profecias pelos leigos.

Particularmente, estou estudando as profecias de Daniel 12, segundo a recomendação de Ellen G. White contida em Eventos Finais, Pág. 15, e apesar de ainda não haver fechado questão sobre o assunto, creio que elas ainda não se cumpriram e tendo a pensar que os 1290 e 1335 dias de Daniel representam dias literais, e não anos, como defende a linha historicista.

Que Deus os abençoe.

Atenciosamente,

Jairo Carvalho

CONTINUA INFORMAÇÃO SOBRE A DESCOBERTA ARQUIOLÓGICA DA ARCA ENCONTRADA E COMENTÁRIO QUE GERAM MUITAS POLÊMICAS

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Estudo publicado na revista Ministério, pág. 16, edição Maio-Junho/1999.

Autor: Alberto R. Timm – Ph.D., diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White e professor de Teologia no Seminário Adventista Latino-americano de Teologia, Engenheiro Coelho, SP.

A interpretação dos “1290 dias” e dos “1335 dias” de Daniel 12:11 e 12 respectivamente como 1290 anos e 1335 anos é antiga, podendo ser encontrada já entre os expositores judeus do século 8d.C. Essa interpretação, baseada no princípio dia-ano (Núm. 14:34; Ezeq. 4;:6 e 7), continuou sendo advogada pelos seguidores de Joaquim de Fiore (1130-1202), bem como por vários outros expositores, durante a pré-Reforma, a Reforma e a tradição protestante subseqüente .(1)

Guilherme Miller (1782-1849), por sua vez, acreditava, em primeiro lugar, que tanto os 1290 anos como os 1335 anos haviam iniciado em 508, quando Clóvis obteve a vitória sobre os visigodos arianos, passo esse decisivo na união dos poderes político e eclesiástico para a punição dos considerados hereges pelo catolicismo medieval. Em segundo lugar, Miller cria que os 1290 anos haviam se cumprido em 1798, com o aprisionamento do Papa Pio VI pelos exércitos franceses; e, finalmente, que os 1335 anos se estenderiam por mais 45 anos até o término dos 2300 anos de Daniel 8:14, entre 1843 e 1844. (2) Essa interpretação foi mantida pelos primeiros adventistas observadores do Sábado, (3) transformando-se na posição histórica da Igreja Adventista do Sétimo Dia até hoje. (4)


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Nossos comentários:

O texto acima afirma que a interpretação dos períodos da profecia de Daniel 12 era conhecida desde o século 8d.C., e veio a ser adotada a dois séculos atrás pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Entretanto, vejamos o que nos mostram os versos 4, 8 e 9 de Daniel 12:

Verso 4:

“Tú porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro até o tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará..”

Versos 8 e 9:

“Eu ouvi, porém não entendi; então, eu disse: meu senhor, qual será o fim destas coisas?

Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até o tempo do fim.”

Os textos bíblicos nos mostram, sem nenhuma sombra de dúvida que as profecias seriam entendidas somente no “tempo do fim”, pois o entendimento estaria selado pelo próprio Deus, segundo sua santa palavra!

E quando se inicia o “tempo do fim”?

Trazemos a seguir um texto do Estudo “Revelações do Apocalipse”, amplamente divulgado em nossas fileiras, que coloca a posição de nossa igreja quanto ao início do tempo do fim:

O sexto selo culmina com a segunda vinda de Cristo. Por isso podemos adequadamente chamá-lo o tempo do fim.

6. Quais são os quatro acontecimentos que dão abertura ao sexto selo (tempo do fim)? Apocalipse 6:12, 13 (NT296).

Resp.

a. terremoto

b. lua se torna como sangue

c. sol torna-se negro

d. estrelas caem do céu

Nota: O grande terremoto tem sido identificado por muitos teólogos como o grande terremoto de Lisboa, de 1º de novembro de 1755. O escurecimento do Sol ocorreu em 19 de maio de 1780. E a Lua se tornou como sangue na noite do mesmo dia A chuva de estrelas foi em 13 de novembro de 1833. Esses quatro episódios deram origem ao tempo do fim, o qual terminará com a segunda vinda de Cristo.

(Estudo Revelações do Apocalipse - Manual do Professor – Pág. 55)


Verificamos então, claramente, pela Bíblia, que o “tempo do fim” de que fala o profeta Daniel não se inicia no século 8d.C, quando, de acordo com o artigo do Dr. Timm, já se interpretava os períodos proféticos de Daniel 12.

Se o último dos episódios que deu origem ao “tempo do fim” aconteceu em 1833d.C., as profecias de Daniel 12, segundo a Bíblia, não poderiam ser compreendidas até este ano, pois estavam seladas (fechadas à compreensão) pelo próprio Deus!

Se cremos, portanto, que é verdadeira uma interpretação de Daniel 12 obtida em uma época na qual o próprio Deus declara que a profecia ainda estaria selada (fechada à compreensão), estamos desmentindo a Bíblia, e a trocando por preceitos de homens - tradição!

Creio que só este argumento já é suficiente para colocarmos por terra a atual interpretação histórica, uma vez que não subsiste à prova da Bíblia.

Todavia, daremos prosseguimento à leitura e comentários sobre o artigo, afim de dar-lhe a devida atenção.


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Continuação do artigo:

Porém, em anos recentes, alguns pregadores independentes começaram a propagar o que consideram nova luz sobre os 1290 e 1335 dias de Daniel 12. Rompendo com a tradicional compreensão adventista, tais indivíduos alegam que ambos os períodos são compostos por dias literais, e não dias que representam anos, a se cumprirem ainda no futuro. Alguns deles sugerem que ambos os períodos iniciarão com o futuro decreto dominical; que os 1290 dias literais são o período reservado para o povo de Deus sair das cidades; e que ao término dos 1335 dias literais a voz de Deus será ouvida anunciando “o dia e a hora da volta de Cristo”. (5)


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Nossos comentários:

Negritamos a expressão “tais indivíduos”, mencionada no texto acima. Esta expressão pejorativa denigre a imagem de pessoas que podem ser sinceros pesquisadores da verdade bíblica, mesmo que suas conclusões não estejam certas. Ellen G. White reprova claramente este tipo de atitude. Leiamos o que nos diz o testemunho inspirado:

“Alguns há que condescendem com a leviandade, o sarcasmo, e até mesmo a mofa para com os que deles divergem.

Devemos acautelar-nos para não condescendermos com o espírito que dominava os judeus.” (Testemunhos para Ministros, Pág. 108)

Infelizmente, esse tom pejorativo ao se fazer referência às conclusões contemporâneas obtidas por outros irmãos nossos é repetido diversas vezes durante o artigo como o irmão poderá notar ao ler sua continuação. Dando seqüência à análise, vemos que o artigo traz nesse parágrafo um resumo dos principais pontos sustentados pelas interpretações contemporâneas de uma forma geral. Entretanto, não faz parte do escopo deste apêndice apresentar em detalhes as conclusões obtidas pelas interpretações contemporâneas.


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Continuação do artigo:

Por mais interessante que essa teoria possa parecer, existem razões básicas que nos impedem de aceitá-la.

1. A teoria se baseia numa leitura parcial e tendenciosa dos escritos de Ellen G. White

Um dos argumentos para justificar o cumprimento futuro dos 1290 e 1335 dias é a falsa alegação de que Ellen White considerava como errônea a noção de que os 1335 dias já haviam se cumprido no passado. Alusões são feitas à carta que ela enviou “à igreja na casa do irmão Hestings”, datada de 7 de novembro de 1850, na qual são mencionados alguns problemas relacionados com o irmão O. Hewit, de Dead River. No texto original em inglês dessa carta aparece a seguinte declaração:

“We told him of some of his errors in the past, that the 1335 days were ended and numerous errors of his.”(6)

Essa declaração deveria ser traduzida simplesmente como: “Nós lhe mencionamos alguns dos seus erros do passado, que os 1335 dias haviam se cumprido e muitos dos seus erros.” No entanto, alguns defensores da nova teoria profética preferem substituir a conjunção “que” (inglês that) pela expressão “tais como” (inglês such as), alterando dessa forma o sentido do texto. Assim, eles conseguem fazer com que a sentença diga que entre os erros advogados por Hewit estava também a idéia de “que os 1335 dias haviam se cumprido”.


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Nossos comentários:

O artigo apresenta um erro que realmente é cometido, de uma forma geral , por algumas interpretações contemporâneas ao substituir a conjunção “que” (inglês that) pela expressão “tais como” (inglês such as), alterando dessa forma o sentido do texto. Entretanto, o autor do artigo também leva a tradução do inglês para o português de forma a melhor contribuir para o seu raciocínio. Vamos fazer um esforço para traduzir a frase proveniente do inglês dentro da maior fidelidade possível:

Texto em inglês:

“We told him of some of his errors in the past, that the 1335 days were ended and numerous errors of his.”

Tradução “ípsis literis” fragmentada:

We = Nós

told him = “contamos a ele”, ou “lhe mencionamos”

of some of his errors = de alguns de seus erros, ou “alguns de seus erros”

in the past = no passado,

that the 1335 days = que os 1335 dias

were ended = “estavam terminados”, ou “estavam findos”, ou ainda “estavam concluídos” ou “estavam cumpridos”

and numerous errors of his = “e numerosos de seus erros” ou “e muitos de seus erros”

A tradução mais fiel, portanto, seria:

“Nós lhe mencionamos alguns de seus erros no passado, que os 1335 dias estavam terminados e muitos de seus erros.”

Verificamos que entre a palavra “passado” e a expressão “que os 1335 dias estavam terminados” estão separadas por vírgula, tanto no texto em inglês quanto no texto em português. Isto inclui a expressão “que os 1335 dias estavam terminados” juntamente com a expressão “e muitos de seus erros”. Analisando portanto a frase em sua seqüência lógica, não temos dificuldade em concluir que a expressão “que os 1335 dias estavam terminados” faz parte, ou “está contida” nos “erros” cometidos pelo irmão Hewit, mencionados no final da frase.

Assim sendo, teríamos a condição de utilizar este texto afim de sustentar que os 1335 dias não haviam sido cumpridos, ao menos até o ano de 1850, ano em que foi escrita esta carta. Ainda apoiando esta conclusão, apresentamos abaixo um texto extraído dos escritos de Ellen G. White, que indica claramente que ela não possuía a compreensão deste assunto:

“Assim como a mensagem do primeiro advento de Cristo anunciava o reino de sua graça, a mensagem de seu segundo advento anuncia o reino de sua glória. A Segunda mensagem, como a primeira, está baseada nas profecias. As palavras do anjo a Daniel acerca dos últimos dias, serão compreendidas no tempo do fim.” (Ellen White, pág. 202, Cap. 23, folha 21)

Ellen White aponta a compreensão de Daniel 12 para frente do tempo em que escreveu esta mensagem. Portanto, é evidente que ela não tinha a teoria historicista (que aponta que os 1335 dias se cumpriram em 1844), que já existia nos seus dias, como verdadeira.


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Continuação do artigo:

Se a intenção de Ellen White era realmente corrigir o irmão Hewit por crer que os 1335 dias já haviam se cumprido, permaneceriam as seguintes indagações: Porque Elen White se limitou a corrigir, em 1850, de forma parcial e tendenciosa, a posição desse irmão, sem qualquer repreensão aos demais líderes do movimento adventista que também criam que esse período profético já havia se cumprido em 1844? Porque ela não reprovou o seu próprio esposo, Tiago White, por afirmar ainda em 1857, que “os 1335 dias terminaram com os 2300, com o Clamor da Meia Noite em 1844”?(7) Porque ela não o repreendeu por continuar publicando na mesma Review vários artigos de outros autores, advogando a mesma idéia?(8)


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Nossos comentários:

Os questionamentos apresentados nesta parte do artigo não são conclusivos em si mesmos.

Não reforçam nem fundamentam a posição da linha historicista, uma vez que não estão baseados em um claro “Assim diz o Senhor” contido na Bíblia ou no testemunho inspirado.

O testemunho inspirado inclusive adverte contra tal sorte de questionamentos:

“Alguns julgam ser evidência de sua agudeza e superioridade intelectual, confundir as mentes quanto ao que é verdade. Recorrem à subtileza dos argumentos, a jogos de palavras; tiram vantagem injusta em fazer perguntas.

Devemos acautelar-nos para não condescender com o espírito que dominava os judeus.” (Testemunhos para Ministros, Pág. 108)


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Continuação do artigo:

E mais, como poderia Ellen White haver declarado, em 1891, que “nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo”?(9)


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Nossos comentários:

O texto de Ellen White apresentado neste artigo foi extraído do livro Mensagens Escolhidas, Volume 1 – Pág. 188. Transcrevemos o texto original abaixo, afim de o analisarmos mais profundamente:

“Progredíssemos nós em conhecimento espiritual, e veríamos a verdade se desenvolvendo e expandindo em sentidos com que mal temos sonhado, porém ela jamais se desenvolverá em quaisquer direções que nos levem a imaginar que podemos saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu por Seu próprio poder. Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo.”(Mensagens Escolhidas, Volume 1, Pág. 188)

Ao analisarmos o contexto no qual o texto apresentado pelo artigo está inserido, verificamos claramente que a “mensagem baseada em tempo” mencionada na penúltima frase do texto de Ellen G. White, refere-se ao tempo “para o derramamento do Espírito Santo” (chuva serôdia) e ao tempo “para a vinda de Cristo” (segunda vinda). Portanto esta declaração de Ellen G. White não se opõe às interpretações contemporâneas sobre os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel, uma vez que elas não possuam a pretensão de estabelecer tempo para a queda da chuva serôdia ou para a Segunda vinda de Cristo.


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Continuação do artigo:

Evidências de que Ellen White cria que esses períodos já haviam se cumprido em seus dias podem ser encontradas também em suas declarações segundo as quais Daniel já estava sendo vindicado em sua sorte (ver Dan. 12:13) desde o início do tempo do fim. (10)


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Nossos comentários:

Repetimos apenas os argumentos apresentados em um de nossos comentários anteriores:

"Assim como a mensagem do primeiro advento de Cristo anunciava o reino de sua graça, a mensagem de seu segundo advento anuncia o reino de sua glória. A Segunda mensagem, como a primeira, está baseada nas profecias. As palavras do anjo a Daniel acerca dos últimos dias, serão compreendidas no tempo do fim.” (Ellen White, pág. 202, Cap. 23, folha 21)

Ellen White aponta a compreensão de Daniel 12 para frente do tempo em que escreveu esta mensagem. Portanto, é evidente que ela não tinha a teoria historicista (que aponta que os 1335 dias se cumpriram em 1844), que já existia nos seus dias, como verdadeira.


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Continuação do artigo:

Cremos, portanto, que o Dr. Gerard P. Damsteegt, professor do Seminário Teológico da Universidade Andrews, estava correto ao declarar que “já em 1850 E. G. White havia escrito que “os 1335 dias haviam se cumprido”, sem especificar o tempo de seu término”. (11)


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Nossos comentários:

Já foi demonstrado, no primeiro comentário deste apêndice, que o comentário acima fere o texto bíblico apresentado em Daniel 12:4,8 e 9. Somente esta afirmação já poderia justificar o fato de nos eximirmos dos comentários dos parágrafos que se seguem sober o texto acima.

É interessante também ressaltar que o artigo não traz o suposto texto onde Ellen White teria afirmado que os 1335 dias haviam se cumprido. Pelo pelo contrário, refere-se ao que foi declarado por um outro estudioso. É no mínimo curioso que um artigo que tenha a pretensão de ser tão criterioso na pesquisa a ponto de ser conclusivo sobre a questão não apresenta o texto que em nossa opinião destruiria claramente todas as teorias contemporâneas.

O autor do artigo se usa do mesmo artifício do qual acusa os estudiosos contemporâneos de usar. Usa um argumento que também pode ser considerado parcial e tendencioso.


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Continuação do artigo:

2. A teoria quebra o paralelismo profético-literário do livro de Daniel

Para justificar o suposto cumprimento futuro dos 1290 e 1335 dias, os advogados da “nova luz” profética alegam, sem qualquer constrangimento, que o conteúdo da Daniel 12:5-13, onde são mencionados esses períodos, não é parte da cadeia profética do livro de Daniel. Porém, uma análise mais detida da estrutura literária do livro não confirma essa teoria.

O Dr. William H. Shea esclarece que, no livro de Daniel, cada período profético (1260, 1290, 1335 e 2300 dias) aparece como um apêndice calibrador ao corpo básico da respectiva profecia que lhe corresponde. Por exemplo, a visão do capítulo sete é descrita nos versos 1-14, mas o tempo a ela relacionado só aparece no verso 25. No capítulo 8, o corpo da visão é relatado nos versos 1-12, mas o tempo só ocorre no verso 14. De modo semelhante, os tempos proféticos relacionados com a visão do capítulo 11 só são mencionados no capítulo 12.

Esse paralelismo comprova que os 1290 dias e os 1355 dias de Daniel 12:11 e 12 compartilham da mesma natureza profético-apocalíptica dos termos “tempo, tempos e metade de um tempo”, de Daniel 7:25, e as 2300 tardes e manhãs de Daniel 8:14. Assim, se aplicarmos o princípio dia-ano aos períodos proféticos de Daniel 7 e 8, também devemos aplicá-lo aos períodos de Daniel 12, pois todos esses períodos estão interligados, de alguma forma, e a descrição de cada visão indica apenas um único cumprimento para o período profético que lhe corresponde.

A tentativa de interpretar os períodos proféticos de Daniel como dias literais não tem apoio bíblico.


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Nossos comentários:

Em contraposição aos argumentos apresentados pelo Dr. William H. Shea para sustentar sua posição quanto ao paralelismo profético literário dos capítulos 7, 8 e 12 de Daniel, apresentamos dois trechos extraídos do Comentário Bíblico Adventista e do testemunho inspirado:

“Tendo tal marco histórico ante nós, nos achamos preparados para seguir o desenvolvimento progressivo e específico da interpretação da simbólica estátua de metal de Daniel 2, como das quatro bestas, dos dez cornos, do corno pequeno da quarta besta e dos três tempos e meio da profecia de Daniel 7; assim como também do carneiro, do bode e seus respectivos cornos, e do mais comprido período profético de Daniel, cap. 8; das setenta semanas que chegam até o Messias Príncipe, de Daniel 9, e a vez da profecia paralela e literal dos capítulos 11 e 12 do livro de Daniel.” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 4 – A História da Interpretação de Daniel)

“A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou figura. Cristo fez a promessa. Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus.” (Grande Conflito, Pág. 597)

O próprio Comentário Bíblico Adventista coloca a profecia dos capítulos 11 e 12 do livro de Daniel como sendo literais. Se a profecia é literal, por conseguinte os períodos nela contidos de 1290 e 1335 dias também são literais.

O segundo texto por nós apresentado, extraído do livro O Grande Conflito, coloca claramente que “a linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou figura”.

Os capítulos 7 e 8 de Daniel claramente empregam símbolos. O capítulo 7 relata os quatro animais como símbolos e o capítulo 8 relata o carneiro e o bode como símbolos, deixando claro o simbolismo, e possibilitando a nós aplicarmos o simbolismo também aos períodos de tempo apresentados nestes dois capítulos, de acordo com o princípio dia-ano. Além do mais, os mesmos capítulos também nos apresentam o significado dos símbolos que eles apresentam, como podemos ler em Daniel 7:17 e Daniel 8:20 e 21.

Esta nossa análise é confirmada pela forma, relatada por Ellen G. White, com a qual Guilherme Miller aprendeu a compreender os símbolos das escrituras:

“Com intenso interesse estudou (Miller) os livros de Daniel e Apocalipse, empregando os mesmos princípios de interpretação que para as demais partes das Escrituras; e descobriu, para sua grande alegria, que os símbolos proféticos podem ser compreendidos. Viu que as profecias já cumpridas tiveram cumprimento literal; que todas a várias figuras, metáforas, parábolas, símiles, etc., ou eram explicadas em seu contexto, ou os termos em que eram expressos se achavam entendidos literalmente.”(Cristo em Seu Santuário, pág. 50)

Os capítulos 11 e 12 de Daniel não empregam símbolos, pelo contrário, indicam diretamente os personagens que cumprirão a profecia. O capítulo 11 classifica os personagens como sendo o Rei do Norte e Rei do Sul, e mais tarde “Homem Vil” (Versão Almeida). Já o capítulo12 de Daniel, não nos dá margem a nenhuma dúvida. Fala de Miguel, que sabemos ser um dos nomes de Jesus, fala diretamente do povo de Deus, ou “sábios”, e fala dos “perversos”. Sabemos que todas estas alusões são literais, ou seja, “sábios” significam pessoas sábias que entenderão a profecia, “perversos” significam pessoas perversas que “procederão perversamente”, e assim por diante.

Confirmamos o nosso pensamento baseados nos escritos da irmã Ellen G. White apresentados acima, pois de acordo com os princípios dados pelo testemunho inspirado para a interpretação das profecias, caso os termos dos capítulos 11 e 12 de Daniel mencionados fossem símbolos, eles teriam necessariamente que ser explicados no trecho bíblico, a exemplo do que ocorre nos capítulos 7 e 8 de Daniel. Uma vez que os termos explicitados na profecia dos capítulos 11 e 12 de Daniel são literais, os períodos, de acordo com os princípios de interpretação profética dados pela irmã Ellen G. White e apresentados acima, também o são.

Tendo como base o acima exposto, o paralalelismo profético-literário do livro de Daniel não pode ser aplicado, não somente aos versos de Daniel 12:5-13, como comenta o artigo, mas ao conteúdo completo dos capítulos 11 e 12 de Daniel, pelo menos da forma como é apresentado no artigo (dias simbólicos versus dias simbólicos).

Nos deixa em dúvida também a afirmação do artigo: “todos esses períodos estão interligados, de alguma forma.”

Esta afirmação por si só não pode justificar a aplicação do mesmo princípio de interpretação de tempo utilizado em Daniel 8 para Daniel 12. É preciso haver base na Bíblia e no testemunho inspirado para justificar tal aplicação.


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CONTINUAÇÃO DA DESCOBERTA DA ARCA ENCONTRADA DEBAIXA DA CRUZ DE JESUS

Também Discordo do Prof. Alberto R. Timm - Conclusão


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Continuação do artigo:

Além disso, a alusão em Daniel 12:11 ao “sacrifício diário” e à “abominação desoladora” conecta os 1290 e os 1335 dias não apenas com o conteúdo da visão de Daniel 11 (Dan. 11:31), mas também com as 2300 tardes e manhãs de Daniel 8:14 (ver Dan. 8:13; 9:27). O mesmo poder apóstata que haveria de estabelecer a “abominação desoladora” em lugar do “sacrifício diário” é descrito em Daniel 7 e 8 como o “chifre pequeno”, e em Daniel 11 como o “Rei do Norte”.


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Nossos comentários:

Em Daniel 8:11,13, vemos mencionado o termo “transgressão assoladora”.

Em Daniel 11:31 e 12:11 vemos mencionado o termo “abominação desoladora”.

Seriam os dois termos acima iguais?

Na Bíblia KJV (King James Version), uma fiel tradução dos escritos originais bíblicos, verificamos os termos expostos da seguinte forma:

Daniel 8: transgressão assoladora - transgression / desolation

Daniel 11 e 12: abominação desoladora – abomination / desolation

Vamos agora colocar apenas o comparativo das palavras em português com a palavra inglesa “desolation”, apresentada na Bíblia King James Version:

assoladora = desolation

desoladora = desolation = assoladora = desoladora

Por este raciocínio podemos entender a palavra “assoladora” como se referindo ao mesmo de “desoladora”. Vamos então re-escrever as duas expressões encontradas nos capítulos 8, 11 e 12 de Daniel substituindo os termos que já entendemos:

Daniel 8: transgressão assoladora – transgressão desoladora

Daniel 11 e 12: abominação desoladora – abominação desoladora

Mas o que dizer das palavras “transgressão” e “abominação”, que compõem os dois trechos?

Segundo o dicionário, o significado de cada um dos termos é:

abominação = algo destestável, abominável;

transgressão = transpor os limites estabelecidos (lei de Deus), exceder, pecar.

Está claro que, pela análise do mero significado das palavras elas não se referem à mesma coisa. Portanto, não vemos nestas duas expressões um claro ponto de conexão entre as profecias bíblicas das 2300 tardes e manhãs com as profecias dos 1290 e dos 1335 dias. Em outras palavras, o raciocínio apresentado no artigo não se confirma através de seu argumento.


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Continuação do artigo:

Portanto, a tentativa de interpretar alguns períodos proféticos de Daniel (70, semanas, 2300 tardes e manhãs) como dias que simbolizam anos, e outros (1290 dias, 1335 dias) como meros dias literais, é totalmente incoerente com o paralelismo profético-literário do livro de Daniel.


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Nossos comentários:

Uma vez que esclarecemos, através do nosso penúltimo comentário deste apêndice que o paralelismo profético-literário do livro de Daniel não pode ser utilizado para defender os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel como sendo dias-ano, e que a sua aplicação (deste paralelismo) fere os princípios de interpretação profética dados por Ellen G. White, verificamos que a afirmação do artigo é infundada, pois vai de encontro às orientações do testemunho inspirado. Não resiste à prova bíblica: “A Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!”


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Continuação do artigo:

3. A teoria apóia-se em uma interpretação não bíblica do termo hebraico tamid

A teoria de que tanto os 1290 dias quanto os 1335 dias iniciam com o futuro decreto dominical é baseada na suposição de que, em Daniel 12:11, as expressões “sacrifício diário” e “abominação desoladora” significam respectivamente o sábado e o domingo. Mas também esta suposição carece e fundamento escriturístico.

A expressão “sacrifício diário” é a tradução do termo hebraico tamid, que significa “diário” ou “contínuo”, ao qual foi acrescentada a palavra “sacrifício”, não encontrada no texto original de Daniel 8:13 e 12:11. A palavra tamid é usada nas Escrituras em relação não apenas com o sacrifício diário do santuário terrestre (ver Êx. 25:30; 27:20; 28:29 e 38; 30:8; I Crôn. 16:6). No livro de Daniel, o termo se refere, obviamente, ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial (Dan. 8:9-14). Já a expressão “transgressão assoladora” ou “abominação desoladora” subentende o amplo sistema de contrafação a esse ministério, construído sobre as teorias anti-bíblicas da imortalidade natural da alma, da mediação dos santos, do confessionário, do sacrifício da missa, etc.


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Nossos comentários:

Se a palavra hebraica tamid está relacionada com aspectos da ministração contínua no santuário, conforme é exposto no artigo, a afirmação de que “transgressão assoladora” subentende o amplo sistema de contrafação ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo, vai contra o que nós mesmos, Adventistas do Sétimo Dia, temos ensinado sobre a profecia das 2300 tardes e manhãs.

No estudo Revelações de Apocalipse Manual do Professor, pág. 84, utilizado para ensinar as doutrinas adventistas, encontramos a seguinte citação:

“Esta morte redentora que estabeleceria “firme aliança com muitos”, e que acabaria com os sacrifícios que eram símbolos do sacrifício de Jesus, ocorreria na metade da semana de anos.”(Revelações de Apocalipse Manual do Professor, Pág. 84)

Em Daniel 8 nos é revelado que a morte de Cristo faria cessar o tamid, por causa das transgressões. Esta expressão nos leva a entender, sem muita dificuldade, que o contínuo, ou tamid, foi entregue por causa das transgressões, dos israelitas, que culminaram com a crucifixão de Jesus e o martírio de Estevão. A menos que possamos provar ser as transgressões dos israelitas um amplo sistema de contrafação ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo, a afirmação do artigo não fará sentido.

Em Daniel 11, está escrito que as forças do “homem vil” tirarão o contínuo (tamid) e estabelecerão a “abominação desoladora”. Neste caso, o contínuo (tamid) não é entregue por causa das transgressões, ele simplesmente é tirado, para então ser estabelecida a “abominação desoladora”. Verificamos claramente que os acontecimentos descritos no capítulos 8 de Daniel quanto à “transgressão assoladora” e no capítulo 12 de Daniel quanto ao estabelecimento da “abominação desoladora” são diferentes.

Vemos também que Daniel 8 estabelece uma condição passiva. Expliquemos melhor:

O “contínuo” é tirado por causa das “transgressões”. As transgressões são a causa, e não vem em substituição ao contínuo. O contínuo é tirado por mãos divinas, ao ser rasgado ao meio o véu do templo de Israel (tipo do celestial).

Já em Daniel 11, é estabelecida uma condição ativa. Expliquemos:

Saem forças do homem vil que tiram o “contínuo”, estabelecendo a “abominação desoladora”. O contínuo é tirado por mãos humanas. Neste caso, pela análise simples, achamos pouco provável que o termo “contínuo” ou tamid, refira-se neste caso tanto ao santuário terrestre (que não mais existia, nem no contexto da interpretação historicista) quanto ao santuário celestial. Entendemos que o termo tamid, neste caso, deva ser estudado mais a fundo.

Face ao raciocínio exposto acima, achamos que é mais difícil pensar que os textos descritos em Daniel 8 e Daniel 11 e 12 referem-se a acontecimentos diferentes do que se referindo ao mesmo acontecimento.


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Continuação do artigo:

Não podemos concordar com a teoria de que em Daniel 12 o “diário” representa simplesmente o sábado, e a “abominação desoladora”, o domingo. Para crermos dessa maneira, teríamos que esvaziar expressões de amplo significado que lhes é atribuído tanto pelo próprio contexto bíblico no qual aparecem, como também pelo consenso geral das Escrituras.


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Nossos comentários:

Realmente, cremos que não podemos simplesmente concordar que em Daniel 12 o “diário” representa o sábado, e a “abominação desoladora”, o Domingo. Para chegarmos a conclusões como estas, devemos prová-las por um claro “Assim diz o Senhor” manifesto através das escrituras sagradas ou do testemunho inspirado. Entretanto, não podemos simplesmente concordar com a afirmação da segunda frase do texto do artigo apresentado acima, uma vez que uma afirmação como esta deve ter um embasamento capaz de subsistir à prova das escrituras e do testemunho inspirado, o que não nos parece estar acontecendo.


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Continuação do artigo:

4. A teoria reflete a interpretação jesuíta futurista da Contra-Reforma católica

Os defensores da interpretação literal-futurista dos 1290 e 1335 dias alegam que sua posição é genuinamente adventista e plenamente sancionada pelos escritos de Ellen G. White. No entanto, se analisarmos mais detidamente o assunto à luz da História, perceberemos que essa teoria rejeita o historicismo e o princípio dia-ano da tradição protestante, para se alinhar abertamente com o futurismo literalista da Contra-Reforma católica.


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Nossos comentários:

Propositadamente, escrevemos em negrito este trecho comentado pelo artigo: “Essa teoria rejeita o historicismo e o princípio dia-ano da tradição protestante.”

Por uma simples análise da história, podemos afirmar com segurança que uma expressão como esta nunca deve ser usada para apoiar um ponto de vista religioso. Jesus, os apóstolos, os reformadores e todos os cristãos que compuseram do fio de ouro da doutrina pura de Deus durante a história terrestre foram acusados de rejeitar o historicismo e as tradições de suas épocas. E, como sabemos, os cristãos em todas as eras, apesar de representarem as minorias, estavam certos, e possuíam a aprovação de Deus para seus pontos de vista das escrituras e suas corajosas atitudes em defesa da verdade.


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Continuação do artigo:

Os reformadores protestantes do séculos 16 identificavam o “chifre pequeno” com o papado, do qual se originaria a “abominação desoladora” de que fala Daniel. (13) Foi para inocentar o papado que o cardeal italiano Roberto Bellarmino (1542-1621), o mais capaz e renomado de todos os polemistas jesuítas, sugeriu que o “chifre pequeno” era uma mero rei e que os 1260, 1290 e 1335 dias eram apenas dias literais a se cumprirem somente no período que antecederia o fim do mundo. (14) Dessa forma, o papado contemporâneo não poderia mais ser identificado como o “chifre pequeno” ou “Rei do Norte” e, conseqüentemente, não mais poderia ser responsabilizado pela “transgressão assoladora” ou “abominação desoladora”.


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Nossos comentários:

Independentemente dos acontecimentos históricos da época, sabemos que as profecias estavam fechadas à compreensão por Deus até o tempo do fim, tempo esse que na ocasião ainda não havia se iniciado. Portanto, é errado afirmar que os protestantes daquela época possuíam a compreensão dos 1290 ou 1335 dias de Daniel pois fere a Bíblia, (conforme já mencionamos no primeiro comentário tecido sobre este artigo, no início do apêndice), assim como afirmar que o cardeal Bellarmino possuía esta revelação.

Em nossa opinião, o fato de a suposição realizada pelo eclesiástico católico (que os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel 12) coincidir com as interpretações contemporâneas atuais pode não ser nada mais que mera coincidência. Uma vez que o relato apresentado acima não apresenta qualquer embasamento bíblico ou pelo testemunho inspirado que comprometa uma interpretação contemporânea (simplesmente histórico), não podemos tomá-lo como base afim de assumir qualquer posição quanto ao assunto em questão. Portanto entendemos que, do comentário apresentado nesta parte do artigo, não podemos extrair uma opinião conclusiva sobre os fatos apresentados.


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Continuação do artigo:

Muitos dos defensores contemporâneos da interpretação futurista dos 1290 e 1335 dias desconhecem o comprometimento dessa teoria com o futurismo da Contra-Reforma católica. Mas, mesmo assim, tais indivíduos deveriam pelo menos reconhecer que “essas propostas futuristas repousam essencialmente, sobre uma compreensão errônea dos padrões de pensamento da poesia hebraica”, e que elas representam uma leitura do idioma hebraico através de óculos ocidentais”.(15)


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Nossos comentários:

Face aos argumentos apresentados em nosso comentário anterior, afirmamos mais uma vez que os argumentos acima expostos não nos podem levar a nenhuma opinião conclusiva. Nenhum dos argumentos expostos acima está baseado em um “Assim diz o Senhor”. Pelo contrário, a expressão do texto acima que está negritada demonstra indícios de farisaísmo, assim como o existente nos dias de Jesus.


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Continuação do artigo:

5. A teoria menospreza as advertências de Ellen G. White contra a tentativa de se estender o cumprimento de qualquer profecia de tempo para além de 1844

Se essa teoria fosse correta, bastaria ser promulgado o decreto dominical, e já saberíamos por antecipação quando a porta da graça se fecharia e quando ocorreria a segunda vinda de Cristo. Essa é, por conseguinte, mais uma forma sutil e capciosa de se estabelecer datas para os eventos finais. Por mais originais e criativas que possam parecer, essas tentativas não passam de propostas especulativas, que desconhecem ou menosprezam, em nome de Ellen White, as suas próprias advertências sobre o assunto.


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Nossos comentários:

Se todas as teorias contemporâneas estabelecessem datas para os acontecimento citados pelo Dr. Timm, as afirmações do artigo estariam cobertas de razão. Entretanto, analisando um pouco as teorias contemporâneas (ou futuristas), verificamos que estas associam em geral o cumprimento dos 1290 dias e 1335 dias à destruição do poder papal e ao anúncio do dia a da hora da vinda de Cristo. Estas conclusões não ferem nenhum dos escritos de Ellen G. White referentes à marcação de tempos e datas, comentados na seqüência do artigo que estamos analisando.


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Continuação do artigo:

Já em 1805, ela escreveu: “O Senhor me mostrou que o tempo não tem sido um teste desde 1844, e que o tempo nunca mais será um teste.”(16)


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Nossos comentários:

Sabemos que em 1844 o tempo foi um teste, pois a grande decepção provou e revelou verdadeiro caráter de muitos. Elen G. White confirma claramente esta afirmação em Primeiros Escritos, Pág. 236, informando que a grande decepção de 1844 foi um teste, e não haveria mais teste semelhante. Entendemos que a expressão “o tempo não será mais um teste”, refere-se à definição de um novo tempo determinado para a vinda de Cristo.


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Continuação do artigo

Posteriormente, acrescentou que “nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo”. “O Senhor mostrou-me que a mensagem deve ir, e que não deve depender de tempo; pois tempo não será nunca mais uma prova."


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Nossos comentários:

O texto de Ellen White apresentado neste artigo foi extraído do livro Mensagens Escolhidas, Volume 1, pág. 188. Transcrevemos o texto original abaixo, afim de o analisarmos mais profundamente:

“Progredíssemos nós em conhecimento espiritual, e veríamos a verdade se desenvolvendo e expandindo em sentidos com que mal temos sonhado, porém ela jamais se desenvolverá em quaisquer direções que nos levem a imaginar que podemos saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu por Seu próprio poder. Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo.”(Mensagens Escolhidas, Volume 1, Pág. 188)

Ao analisarmos o contexto no qual o texto apresentado pelo artigo está inserido, verificamos claramente que a “mensagem baseada em tempo” mencionada na penúltima frase do texto de Ellen G. White, refere-se ao tempo “para o derramamento do Espírito Santo” (chuva serôdia) e ao tempo “para a vinda de Cristo” (segunda vinda). Portanto esta declaração de Ellen G. White não se opõe às interpretações contemporâneas sobre os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel, uma vez que elas não possuam a pretensão de estabelecer tempo para a queda da chuva serôdia ou para a Segunda vinda de Cristo.


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Continuação do artigo:

Deus não nos revelou o tempo em que esta mensagem será concluída, ou quando terá fim o tempo da graça.”(17) Somente depois do fechamento da porta da graça, e pouco antes da segunda vinda, é que Deus há de declarar aos salvos “o dia e a hora da vinda de Jesus”.(18)


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Nossos comentários:

Estas afirmações não apenas não ferem às teorias contemporâneas, como vão de encontro às suas conclusões, pois elas também sugerem esta mesma ordem de acontecimentos e não têm a pretensão de estabelecer o tempo do fechamento da porta da graça. Vemos também que Ellen G. White não escreveu: “Deus não nos revelará”, mas sim, “Deus não nos revelou.. quando terá o fim o tempo da graça.” Portanto, não podemos inclusive afirmar categoricamente que isto não será revelado no presente ou no futuro.


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Continuação do artigo:

Comentando a expressão “que não haveria mais tempo” (Apoc. 10:6, KJV), em 1900, a Sra. White declarou: “Esse tempo, que o anjo declara com um solene juramento, não é o fim da história deste mundo, nem o tempo de graça, mas o tempo profético, que precederia o advento de nosso Senhor. Ou seja, o povo não terá uma outra mensagem a respeito de um tempo definido. Após este período de tempo, que se estender de 1842 a 1844, não pode haver qualquer cálculo definido de tempo profético.”


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Nossos comentários:

Negritamos, propositadamente, a expressão apresentada por duas vezes no texto escrito por Ellen White. Ela fala claramente: “tempo profético”. Tempo profético é entendido como regido pelo princípio dia-ano. Nada diz ali de tempo literal. Devemos estar atentos para este fato.

Entendemos que não devemos continuar a tecer comentários a respeito do restante do artigo, uma vez que a sequência do artigo apresenta apenas conclusões de seu autor baseados nos fatos por ele anteriormente apresentados. Mas podemos nos utilizar de uma frase conclusiva contida ao final do mesmo como advertência a todos os estudiosos, adeptos das teorias historicista e contemporânea:

“Os atalaias do povo de Deus jamais deveriam permitir que as conjecturas e as especulações humanas os impeçam de dar à trombeta o sonido certo (Eze. 33:1-9; I Cor. 14:8).”

Apenas para demonstar fidedignidade na apresentação, colocamos a seqüência do estudo apresentado pelo Dr. Timm.


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Continuação do artigo:

Sendo esse o caso, porque então continuar insistindo em reaplicar os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel 12 para o futuro? Cabe somente a Deus julgar o grau de sinceridade daqueles que assim o fazem, mas uma coisa é certa: A “fé em uma mentira não terá influência santificadora sobre a vida ou o caráter. Nenhum erro é verdade, nem pode tornar0se verdade pela repetição, ou pela fé nele. ...Posso ser perfeitamente sincera em seguir um caminho errado, mas isso não torna o cominho certo, nem me levará ao lugar que eu desejava chegar”.(20)

Protegidos do engano

É evidente, portanto, que a teoria de um cumprimento futuro dos 1290 e 1335 dias baseia-se numa leitura parcial e tendenciosa dos escritos de Ellen White, quebra o paralelismo profético-literário do livro de Daniel, apóia-se em uma interpretação bíblica do termo hebraico tamid, reflete a interpretação jesuíta futurista da Contra-Reforma católica, e menospreza as inspiradas advertências contra a tentativa de se estender o cumprimento de qualquer profecia de tempo para além de 1844.

Numa época em que os vendavais de falsas doutrinas estarão soprando co forte intensidade (Efés. 4:14), “para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mat. 24:24), só estaremos seguros se alicerçados sobre a clara e inamovível Palavra de Deus. Toda “nova luz”, para ser verdadeira, deve estar em perfeita harmonia com o consenso geral das Escrituras e dos escritos inspirados de Ellen White.(21) Os atalaias do povo de Deus jamais deveriam permitir que as conjecturas e as especulações humanas os impeçam de dar à trombeta o sonido certo (Eze. 33:1-9; I Cor. 14:8).

ESTUDO SOBRE A DESCOBERTA DA ARCA DOS JUDEUS

A interpretação dos períodos da profecia de Daniel 12 era conhecida desde o século 8d.C., e veio a ser adotada a dois séculos atrás pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Entretanto, vejamos o que nos mostram os versos 4, 8 e 9 de Daniel 12:

Verso 4:

“Tú porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro até o tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará..”

Versos 8 e 9:

“Eu ouvi, porém não entendi; então, eu disse: meu senhor, qual será o fim destas coisas?

Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até o tempo do fim.”

Os textos bíblicos nos mostram, sem nenhuma sombra de dúvida que as profecias seriam entendidas somente no “tempo do fim”, pois o entendimento estaria selado pelo próprio Deus, segundo sua santa palavra!

E quando se inicia o “tempo do fim”?

Trazemos a seguir um texto do Estudo “Revelações do Apocalipse”, amplamente divulgado em nossas fileiras, que coloca a posição de nossa igreja quanto ao início do tempo do fim:

O sexto selo culmina com a segunda vinda de Cristo. Por isso podemos adequadamente chamá-lo o tempo do fim.

6. Quais são os quatro acontecimentos que dão abertura ao sexto selo (tempo do fim)? Apocalipse 6:12, 13 (NT296).

Resp.

a. terremoto

b. lua se torna como sangue

c. sol torna-se negro

d. estrelas caem do céu

Nota: O grande terremoto tem sido identificado por muitos teólogos como o grande terremoto de Lisboa, de 1º de novembro de 1755. O escurecimento do Sol ocorreu em 19 de maio de 1780. E a Lua se tornou como sangue na noite do mesmo dia A chuva de estrelas foi em 13 de novembro de 1833. Esses quatro episódios deram origem ao tempo do fim, o qual terminará com a segunda vinda de Cristo.

(Estudo Revelações do Apocalipse - Manual do Professor – Pág. 55)


Verificamos então, claramente, pela Bíblia, que o “tempo do fim” de que fala o profeta Daniel não se inicia no século 8d.C, quando, de acordo com o artigo do Dr. Timm, já se interpretava os períodos proféticos de Daniel 12.

Se o último dos episódios que deu origem ao “tempo do fim” aconteceu em 1833d.C., as profecias de Daniel 12, segundo a Bíblia, não poderiam ser compreendidas até este ano, pois estavam seladas (fechadas à compreensão) pelo próprio Deus!

Se cremos, portanto, que é verdadeira uma interpretação de Daniel 12 obtida em uma época na qual o próprio Deus declara que a profecia ainda estaria selada (fechada à compreensão), estamos desmentindo a Bíblia, e a trocando por preceitos de homens - tradição!

Creio que só este argumento já é suficiente para colocarmos por terra a atual interpretação histórica, uma vez que não subsiste à prova da Bíblia.

Todavia, daremos prosseguimento à leitura e comentários sobre o artigo, afim de dar-lhe a devida atenção.


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Continuação do artigo:

Porém, em anos recentes, alguns pregadores independentes começaram a propagar o que consideram nova luz sobre os 1290 e 1335 dias de Daniel 12. Rompendo com a tradicional compreensão adventista, tais indivíduos alegam que ambos os períodos são compostos por dias literais, e não dias que representam anos, a se cumprirem ainda no futuro. Alguns deles sugerem que ambos os períodos iniciarão com o futuro decreto dominical; que os 1290 dias literais são o período reservado para o povo de Deus sair das cidades; e que ao término dos 1335 dias literais a voz de Deus será ouvida anunciando “o dia e a hora da volta de Cristo”. (5)


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Nossos comentários:

Negritamos a expressão “tais indivíduos”, mencionada no texto acima. Esta expressão pejorativa denigre a imagem de pessoas que podem ser sinceros pesquisadores da verdade bíblica, mesmo que suas conclusões não estejam certas. Ellen G. White reprova claramente este tipo de atitude. Leiamos o que nos diz o testemunho inspirado:

“Alguns há que condescendem com a leviandade, o sarcasmo, e até mesmo a mofa para com os que deles divergem.

Devemos acautelar-nos para não condescendermos com o espírito que dominava os judeus.” (Testemunhos para Ministros, Pág. 108)

Infelizmente, esse tom pejorativo ao se fazer referência às conclusões contemporâneas obtidas por outros irmãos nossos é repetido diversas vezes durante o artigo como o irmão poderá notar ao ler sua continuação. Dando seqüência à análise, vemos que o artigo traz nesse parágrafo um resumo dos principais pontos sustentados pelas interpretações contemporâneas de uma forma geral. Entretanto, não faz parte do escopo deste apêndice apresentar em detalhes as conclusões obtidas pelas interpretações contemporâneas.


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Continuação do artigo:

Por mais interessante que essa teoria possa parecer, existem razões básicas que nos impedem de aceitá-la.

1. A teoria se baseia numa leitura parcial e tendenciosa dos escritos de Ellen G. White

Um dos argumentos para justificar o cumprimento futuro dos 1290 e 1335 dias é a falsa alegação de que Ellen White considerava como errônea a noção de que os 1335 dias já haviam se cumprido no passado. Alusões são feitas à carta que ela enviou “à igreja na casa do irmão Hestings”, datada de 7 de novembro de 1850, na qual são mencionados alguns problemas relacionados com o irmão O. Hewit, de Dead River. No texto original em inglês dessa carta aparece a seguinte declaração:

“We told him of some of his errors in the past, that the 1335 days were ended and numerous errors of his.”(6)

Essa declaração deveria ser traduzida simplesmente como: “Nós lhe mencionamos alguns dos seus erros do passado, que os 1335 dias haviam se cumprido e muitos dos seus erros.” No entanto, alguns defensores da nova teoria profética preferem substituir a conjunção “que” (inglês that) pela expressão “tais como” (inglês such as), alterando dessa forma o sentido do texto. Assim, eles conseguem fazer com que a sentença diga que entre os erros advogados por Hewit estava também a idéia de “que os 1335 dias haviam se cumprido”.


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Nossos comentários:

O artigo apresenta um erro que realmente é cometido, de uma forma geral , por algumas interpretações contemporâneas ao substituir a conjunção “que” (inglês that) pela expressão “tais como” (inglês such as), alterando dessa forma o sentido do texto. Entretanto, o autor do artigo também leva a tradução do inglês para o português de forma a melhor contribuir para o seu raciocínio. Vamos fazer um esforço para traduzir a frase proveniente do inglês dentro da maior fidelidade possível:

Texto em inglês:

“We told him of some of his errors in the past, that the 1335 days were ended and numerous errors of his.”

Tradução “ípsis literis” fragmentada:

We = Nós

told him = “contamos a ele”, ou “lhe mencionamos”

of some of his errors = de alguns de seus erros, ou “alguns de seus erros”

in the past = no passado,

that the 1335 days = que os 1335 dias

were ended = “estavam terminados”, ou “estavam findos”, ou ainda “estavam concluídos” ou “estavam cumpridos”

and numerous errors of his = “e numerosos de seus erros” ou “e muitos de seus erros”

A tradução mais fiel, portanto, seria:

“Nós lhe mencionamos alguns de seus erros no passado, que os 1335 dias estavam terminados e muitos de seus erros.”

Verificamos que entre a palavra “passado” e a expressão “que os 1335 dias estavam terminados” estão separadas por vírgula, tanto no texto em inglês quanto no texto em português. Isto inclui a expressão “que os 1335 dias estavam terminados” juntamente com a expressão “e muitos de seus erros”. Analisando portanto a frase em sua seqüência lógica, não temos dificuldade em concluir que a expressão “que os 1335 dias estavam terminados” faz parte, ou “está contida” nos “erros” cometidos pelo irmão Hewit, mencionados no final da frase.

Assim sendo, teríamos a condição de utilizar este texto afim de sustentar que os 1335 dias não haviam sido cumpridos, ao menos até o ano de 1850, ano em que foi escrita esta carta. Ainda apoiando esta conclusão, apresentamos abaixo um texto extraído dos escritos de Ellen G. White, que indica claramente que ela não possuía a compreensão deste assunto:

“Assim como a mensagem do primeiro advento de Cristo anunciava o reino de sua graça, a mensagem de seu segundo advento anuncia o reino de sua glória. A Segunda mensagem, como a primeira, está baseada nas profecias. As palavras do anjo a Daniel acerca dos últimos dias, serão compreendidas no tempo do fim.” (Ellen White, pág. 202, Cap. 23, folha 21)

Ellen White aponta a compreensão de Daniel 12 para frente do tempo em que escreveu esta mensagem. Portanto, é evidente que ela não tinha a teoria historicista (que aponta que os 1335 dias se cumpriram em 1844), que já existia nos seus dias, como verdadeira.


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Continuação do artigo:

Se a intenção de Ellen White era realmente corrigir o irmão Hewit por crer que os 1335 dias já haviam se cumprido, permaneceriam as seguintes indagações: Porque Elen White se limitou a corrigir, em 1850, de forma parcial e tendenciosa, a posição desse irmão, sem qualquer repreensão aos demais líderes do movimento adventista que também criam que esse período profético já havia se cumprido em 1844? Porque ela não reprovou o seu próprio esposo, Tiago White, por afirmar ainda em 1857, que “os 1335 dias terminaram com os 2300, com o Clamor da Meia Noite em 1844”?(7) Porque ela não o repreendeu por continuar publicando na mesma Review vários artigos de outros autores, advogando a mesma idéia?(8)


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Nossos comentários:

Os questionamentos apresentados nesta parte do artigo não são conclusivos em si mesmos.

Não reforçam nem fundamentam a posição da linha historicista, uma vez que não estão baseados em um claro “Assim diz o Senhor” contido na Bíblia ou no testemunho inspirado.

O testemunho inspirado inclusive adverte contra tal sorte de questionamentos:

“Alguns julgam ser evidência de sua agudeza e superioridade intelectual, confundir as mentes quanto ao que é verdade. Recorrem à subtileza dos argumentos, a jogos de palavras; tiram vantagem injusta em fazer perguntas.

Devemos acautelar-nos para não condescender com o espírito que dominava os judeus.” (Testemunhos para Ministros, Pág. 108)


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Continuação do artigo:

E mais, como poderia Ellen White haver declarado, em 1891, que “nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo”?(9)


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Nossos comentários:

O texto de Ellen White apresentado neste artigo foi extraído do livro Mensagens Escolhidas, Volume 1 – Pág. 188. Transcrevemos o texto original abaixo, afim de o analisarmos mais profundamente:

“Progredíssemos nós em conhecimento espiritual, e veríamos a verdade se desenvolvendo e expandindo em sentidos com que mal temos sonhado, porém ela jamais se desenvolverá em quaisquer direções que nos levem a imaginar que podemos saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu por Seu próprio poder. Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo. Não devemos saber o tempo definido nem para o derramamento do Espírito Santo nem para a vinda de Cristo.”(Mensagens Escolhidas, Volume 1, Pág. 188)

Ao analisarmos o contexto no qual o texto apresentado pelo artigo está inserido, verificamos claramente que a “mensagem baseada em tempo” mencionada na penúltima frase do texto de Ellen G. White, refere-se ao tempo “para o derramamento do Espírito Santo” (chuva serôdia) e ao tempo “para a vinda de Cristo” (segunda vinda). Portanto esta declaração de Ellen G. White não se opõe às interpretações contemporâneas sobre os 1290 dias e os 1335 dias de Daniel, uma vez que elas não possuam a pretensão de estabelecer tempo para a queda da chuva serôdia ou para a Segunda vinda de Cristo.


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Continuação do artigo:

Evidências de que Ellen White cria que esses períodos já haviam se cumprido em seus dias podem ser encontradas também em suas declarações segundo as quais Daniel já estava sendo vindicado em sua sorte (ver Dan. 12:13) desde o início do tempo do fim. (10)


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Nossos comentários:

Repetimos apenas os argumentos apresentados em um de nossos comentários anteriores:

"Assim como a mensagem do primeiro advento de Cristo anunciava o reino de sua graça, a mensagem de seu segundo advento anuncia o reino de sua glória. A Segunda mensagem, como a primeira, está baseada nas profecias. As palavras do anjo a Daniel acerca dos últimos dias, serão compreendidas no tempo do fim.” (Ellen White, pág. 202, Cap. 23, folha 21)

Ellen White aponta a compreensão de Daniel 12 para frente do tempo em que escreveu esta mensagem. Portanto, é evidente que ela não tinha a teoria historicista (que aponta que os 1335 dias se cumpriram em 1844), que já existia nos seus dias, como verdadeira.


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Continuação do artigo:

Cremos, portanto, que o Dr. Gerard P. Damsteegt, professor do Seminário Teológico da Universidade Andrews, estava correto ao declarar que “já em 1850 E. G. White havia escrito que “os 1335 dias haviam se cumprido”, sem especificar o tempo de seu término”. (11)


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Nossos comentários:

Já foi demonstrado, no primeiro comentário deste apêndice, que o comentário acima fere o texto bíblico apresentado em Daniel 12:4,8 e 9. Somente esta afirmação já poderia justificar o fato de nos eximirmos dos comentários dos parágrafos que se seguem sober o texto acima.

É interessante também ressaltar que o artigo não traz o suposto texto onde Ellen White teria afirmado que os 1335 dias haviam se cumprido. Pelo pelo contrário, refere-se ao que foi declarado por um outro estudioso. É no mínimo curioso que um artigo que tenha a pretensão de ser tão criterioso na pesquisa a ponto de ser conclusivo sobre a questão não apresenta o texto que em nossa opinião destruiria claramente todas as teorias contemporâneas.

O autor do artigo se usa do mesmo artifício do qual acusa os estudiosos contemporâneos de usar. Usa um argumento que também pode ser considerado parcial e tendencioso.


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Continuação do artigo:

2. A teoria quebra o paralelismo profético-literário do livro de Daniel

Para justificar o suposto cumprimento futuro dos 1290 e 1335 dias, os advogados da “nova luz” profética alegam, sem qualquer constrangimento, que o conteúdo da Daniel 12:5-13, onde são mencionados esses períodos, não é parte da cadeia profética do livro de Daniel. Porém, uma análise mais detida da estrutura literária do livro não confirma essa teoria.

O Dr. William H. Shea esclarece que, no livro de Daniel, cada período profético (1260, 1290, 1335 e 2300 dias) aparece como um apêndice calibrador ao corpo básico da respectiva profecia que lhe corresponde. Por exemplo, a visão do capítulo sete é descrita nos versos 1-14, mas o tempo a ela relacionado só aparece no verso 25. No capítulo 8, o corpo da visão é relatado nos versos 1-12, mas o tempo só ocorre no verso 14. De modo semelhante, os tempos proféticos relacionados com a visão do capítulo 11 só são mencionados no capítulo 12.

Esse paralelismo comprova que os 1290 dias e os 1355 dias de Daniel 12:11 e 12 compartilham da mesma natureza profético-apocalíptica dos termos “tempo, tempos e metade de um tempo”, de Daniel 7:25, e as 2300 tardes e manhãs de Daniel 8:14. Assim, se aplicarmos o princípio dia-ano aos períodos proféticos de Daniel 7 e 8, também devemos aplicá-lo aos períodos de Daniel 12, pois todos esses períodos estão interligados, de alguma forma, e a descrição de cada visão indica apenas um único cumprimento para o período profético que lhe corresponde.

A tentativa de interpretar os períodos proféticos de Daniel como dias literais não tem apoio bíblico.


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Nossos comentários:

Em contraposição aos argumentos apresentados pelo Dr. William H. Shea para sustentar sua posição quanto ao paralelismo profético literário dos capítulos 7, 8 e 12 de Daniel, apresentamos dois trechos extraídos do Comentário Bíblico Adventista e do testemunho inspirado:

“Tendo tal marco histórico ante nós, nos achamos preparados para seguir o desenvolvimento progressivo e específico da interpretação da simbólica estátua de metal de Daniel 2, como das quatro bestas, dos dez cornos, do corno pequeno da quarta besta e dos três tempos e meio da profecia de Daniel 7; assim como também do carneiro, do bode e seus respectivos cornos, e do mais comprido período profético de Daniel, cap. 8; das setenta semanas que chegam até o Messias Príncipe, de Daniel 9, e a vez da profecia paralela e literal dos capítulos 11 e 12 do livro de Daniel.” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 4 – A História da Interpretação de Daniel)

“A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou figura. Cristo fez a promessa. Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus.” (Grande Conflito, Pág. 597)

O próprio Comentário Bíblico Adventista coloca a profecia dos capítulos 11 e 12 do livro de Daniel como sendo literais. Se a profecia é literal, por conseguinte os períodos nela contidos de 1290 e 1335 dias também são literais.

O segundo texto por nós apresentado, extraído do livro O Grande Conflito, coloca claramente que “a linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou figura”.

Os capítulos 7 e 8 de Daniel claramente empregam símbolos. O capítulo 7 relata os quatro animais como símbolos e o capítulo 8 relata o carneiro e o bode como símbolos, deixando claro o simbolismo, e possibilitando a nós aplicarmos o simbolismo também aos períodos de tempo apresentados nestes dois capítulos, de acordo com o princípio dia-ano. Além do mais, os mesmos capítulos também nos apresentam o significado dos símbolos que eles apresentam, como podemos ler em Daniel 7:17 e Daniel 8:20 e 21.

Esta nossa análise é confirmada pela forma, relatada por Ellen G. White, com a qual Guilherme Miller aprendeu a compreender os símbolos das escrituras:

“Com intenso interesse estudou (Miller) os livros de Daniel e Apocalipse, empregando os mesmos princípios de interpretação que para as demais partes das Escrituras; e descobriu, para sua grande alegria, que os símbolos proféticos podem ser compreendidos. Viu que as profecias já cumpridas tiveram cumprimento literal; que todas a várias figuras, metáforas, parábolas, símiles, etc., ou eram explicadas em seu contexto, ou os termos em que eram expressos se achavam entendidos literalmente.”(Cristo em Seu Santuário, pág. 50)

Os capítulos 11 e 12 de Daniel não empregam símbolos, pelo contrário, indicam diretamente os personagens que cumprirão a profecia. O capítulo 11 classifica os personagens como sendo o Rei do Norte e Rei do Sul, e mais tarde “Homem Vil” (Versão Almeida). Já o capítulo12 de Daniel, não nos dá margem a nenhuma dúvida. Fala de Miguel, que sabemos ser um dos nomes de Jesus, fala diretamente do povo de Deus, ou “sábios”, e fala dos “perversos”. Sabemos que todas estas alusões são literais, ou seja, “sábios” significam pessoas sábias que entenderão a profecia, “perversos” significam pessoas perversas que “procederão perversamente”, e assim por diante.

Confirmamos o nosso pensamento baseados nos escritos da irmã Ellen G. White apresentados acima, pois de acordo com os princípios dados pelo testemunho inspirado para a interpretação das profecias, caso os termos dos capítulos 11 e 12 de Daniel mencionados fossem símbolos, eles teriam necessariamente que ser explicados no trecho bíblico, a exemplo do que ocorre nos capítulos 7 e 8 de Daniel. Uma vez que os termos explicitados na profecia dos capítulos 11 e 12 de Daniel são literais, os períodos, de acordo com os princípios de interpretação profética dados pela irmã Ellen G. White e apresentados acima, também o são.

Tendo como base o acima exposto, o paralalelismo profético-literário do livro de Daniel não pode ser aplicado, não somente aos versos de Daniel 12:5-13, como comenta o artigo, mas ao conteúdo completo dos capítulos 11 e 12 de Daniel, pelo menos da forma como é apresentado no artigo (dias simbólicos versus dias simbólicos).

Nos deixa em dúvida também a afirmação do artigo: “todos esses períodos estão interligados, de alguma forma.”

Esta afirmação por si só não pode justificar a aplicação do mesmo princípio de interpretação de tempo utilizado em Daniel 8 para Daniel 12. É preciso haver base na Bíblia e no testemunho inspirado para justificar tal aplicação.